Maioria de empresas contábeis ainda desconsidera uso de soluções de TI para evitar erros no Imposto de Renda
Mesmo com toda a infraestrutura de cruzamento de dados financeiros hoje utilizada pela Receita Federal na busca por erros, omissões e fraudes, ainda é bastante comum que escritórios de contabilidade se exponham ao risco fiscal, ao preterir o uso de ferramentas de tecnologia da informação para auxiliá-los no preenchimento, análise e conferência das declarações de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda – Pessoa Física (DIRPF).
É o que revela pesquisa realizada em fevereiro pela multinacional holandesa Wolters Kluwer Prosoft, segundo a qual 68,20% de um universo de 2.000 empresas contábeis, consultadas em 21 estados de todas as regiões do país, desconsideram o emprego de soluções que garantam – ou ao menos minimizem – a possibilidade de que seus clientes caiam na malha fina. O Sudeste foi a região que mais colaborou com a amostra (69,15%), seguido pelo Sul (10,25%), Nordeste (9,70%), Centro-Oeste (9,30%) e Norte 1,60%).
“O perigo de se cair na malha fina é tão real e imediato, que 84,65% das 2.000 empresas participantes informaram que sempre precisam promover algum tipo de retificação após a entrega das declarações ao fisco”, argumenta o coordenador da pesquisa, Danilo Lollio, gerente tributário da Wolters Kluwer Prosoft. Os outros 15,35% disseram não registrar malha fina nas declarações de seus clientes. Para se ter uma ideia, somente em 2014, o Leão pegou 937 mil contribuintes por causa de inconsistências nas informações prestadas. Neste ano, a entrega da DIRPF termina em 30 de abril.
Responderam a esta e às demais questões, de acordo com os diversos cargos existentes na estrutura dos escritórios contábeis, 980 proprietários (ou 49% do universo pesquisado), 9 presidentes, 82 diretores, 219 gerentes, 153 coordenadores/supervisores, 322 analistas/assistentes e 235 profissionais com outras funções. A maioria desse total (55,10%) contou que seus escritórios processam acima de 100 declarações de IR por ano. Apenas uma pequena porcentagem (6,25%) afirmou trabalhar com até 10 documentos a cada período de prestação de contas com o fisco. Para este trabalho, 29,25% das contabilidades destacam apenas um colaborador para cuidar da elaboração das declarações; 38,15% utilizam dois trabalhadores para a tarefa, enquanto 32,60% preferem usar três ou mais profissionais.
De todos os tipos de erros, omissões e incongruências possíveis na declaração, a falta de documentos comprobatórios é apontada por 64,10% das empresas de contabilidade pesquisadas. A entrega, pelos clientes, de informações incompletas e/ou inconsistentes foi assinalada por 53,95% dos entrevistados, como a segunda maior causa de malha fina. Em seguida, 36,15% indicaram que seus clientes costumam ter problemas com o Leão por apresentar deduções com despesas médicas não comprovadas.
Por último, 10,60% das empresas consultadas relataram o aparecimento de inconsistências entre gastos realizados e ganhos declarados.
Em função dessas dificuldades, os escritórios contábeis habitualmente destacam uma força-tarefa para promover as retificações necessárias, após a Receita Federal detectar inconsistências nos documentos enviados. De acordo com o levantamento, 84,65% das 2.000 empresas participantes informaram que sempre precisam promover algum tipo de retificação após a entrega das declarações ao fisco. Os outros 15,35% disseram não registrar malha fina nas declarações de seus clientes.
“Do mesmo modo que o preenchimento e a entrega da declaração do Imposto de Renda passaram por uma evolução sem precedentes desde a época em que os contribuintes a entregavam em papel e disquete, a Receita Federal desenvolveu um poderoso sistema de cruzamento de dados que identifica disparidades nas informações prestadas por contribuintes e empresas, como instituições financeiras, imobiliárias e concessionárias de veículos”, argumenta Carlos Meni, presidente da Wolters Kluwer Prosoft no Brasil.
Fonte: Sempre Comunicação