Operação em MG e ES investiga fraude milionária em comércios
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG) e a Polícia Civil de Minas Gerais, juntamente com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e a Secretaria de Estado de Fazenda do Espírito Santo (SEF/ES) realizaram nesta quarta-feira (28) a Operação “Sanguinello” em várias regiões de Minas e do Espírito Santo. A ação teve início nesta madrugada, na sede da Polícia Civil de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. O objetivo foi desarticular um esquema de sonegação fiscal envolvendo empresas atacadistas de alimentos e bebidas.
Cinco pessoas foram presas. Dessas prisões, duas foram em Vila Velha (ES) e três em Itaúna (MG). Outras três pessoas ainda estão sendo procuradas pela Polícia Civil. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em empresas e residências em cinco cidades mineiras: Belo Horizonte, Betim, Contagem, Divinópolis e Itaúna.
Na delegacia de Itaúna, um homem suspeito de ser um dos laranjas e intermediador das negociações negou a participação nos crimes. Mas confirmou que tem uma empresa na cidade e que tentou fechá-la. “Acabamos corresponsáveis por alguns fornecedores que a gente compra. Se eles compraram na China, na Europa, ou seja onde for, eu não posso responder por isso. Se está na legislação que eu sou corresponsável, então eu vou responder por isso. Mas eu era apenas um distribuidor, comprava e revendia, apenas isso”, disse.
O esquema foi descoberto no fim de 2013, após a apreensão de computadores de empresas na região metropolitana de Belo Horizonte. Indícios apontaram que as operações financeiras eram simuladas para sonegar Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Uma importadora de bebidas do Espírito Santo emitia nota fiscal para acobertar a venda de mercadorias para o Distrito Federal. Os produtos então eram entregues em Minas Gerais. Para legalizar a mercadoria, os compradores usavam notas fiscais de por empresas fictícias, a maioria sediada em Itaúna (MG). A estratégia permitia que o ICMS fosse assumido pelas empresas de fachada.
A suspeita é de que os prejuízos causados aos cofres públicos de Minas sejam superiores a R$ 120 milhões. Segundo o MPMG, R$ 63 milhões já foram autuados pelo fisco mineiro.
Prisões no Espírito Santo
Em Vila Velha foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária. As ações em terras capixabas apontam para fraudes da ordem de R$ 230 milhões. Sessenta e dois auditores fiscais, 60 policiais civis, dois delegados de polícia, 50 policiais militares do Espírito Santo e sete promotores de Justiça participaram da ação no estado.
Fonte: Jornal Contábil