SP: Contador é apontado como responsável por suposta fraude no IR
Cerca de 600 contribuintes de Barra Bonita são investigados pela Receita e Polícia Federal por suposto envolvimento em esquema que fraudava a declaração do Imposto de Renda. Para a receita federal, o mentor do esquema é um contador da cidade que teria usado o CNPJ de instituições de ensino e do Hospital Amaral Carvalho de Jaú para tentar legalizar a fraude.
Depois de vários meses de investigação, a Justiça expediu mandados de busca e apreensão que foram cumpridos nesta quarta-feira (16) de manhã na empresa de onde teriam sido enviadas as declarações com as supostas deduções fiscais falsas.
Os agentes apreenderam computadores e documentos em uma financeira em Barra Bonita. Segundo as investigações, o local era a sede do esquema que fraudou, de 2009 a 2013, declarações do Imposto de Renda pessoa física. Durante 6 meses a inteligência da Receita Federal acompanhou e detalhou a movimentação tributária do contador dono da financeira.
“As declarações eram todas transmitidas da financeira, então a fraude era feita aqui. Nós pedimos para o Poder Judiciário a quebra do sigilo telemático dessas máquinas e foi deferido, a empresa nos forneceu o endereço eletrônico e quem era o titular, então foi pedido por meio do MPF, o mandado de busca e apreensão que foi repasso a Polícia Federal para que a Receita estivesse aqui hoje”, explica o delegado da Receita Federal, Marcos Rodrigues de Mello.
Os contribuintes simulavam gastos com saúde e educação para diminuir o valor a ser pago aos cofres públicos. Com o esquema cerca de R$ 5 milhões deixaram de ser arrecadados. Para burlar a fiscalização da Receita Federal e não cair na malha fina os supostos envolvidos declararam deduções fiscais falsas, que chegam a R$ 16 milhões e usaram CNPJ do Hospital Amaral Carvalho de Jaú e de três instituições de educação de Barra Bonita.
Mas, nem o hospital e nem as empresas prestaram serviços aos investigados. “Fizemos algumas apurações especiais e intimamos os prestadores de saúde e educação da região e questionamos se eles prestaram esses serviços e eles nos confirmaram que não”, completa o delegado.
Os supostos envolvidos no esquema começaram a ser intimados. Eles devem se apresentar na próxima semana à Receita Federal, em Bauru. Caso a fraude seja comprovada, os investigados podem responder pelo crime de sonegação fiscal e pagar multa que chega a R$ 12 milhões.
O contador investigado na operação não quis dar entrevista, mas disse que fez todos os procedimentos de declaração do Imposto de Renda pessoa física dentro da lei e que vai apresentar os documentos à receita federal na próxima semana.
Fonte: Jornal Contábil